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Resenha: Amigo Imaginário - Stephen Chbosky

Data de lançamento: 2020

Páginas: 770

Nota: ★★★★

20 anos após seu último lançamento, Stephen Chbosky retorna, na minha opinião, de forma grandiosa.

Amigo Imaginário é um livro de terror/suspense que conta a história de Kate e seu filho Christopher, que fogem em busca de uma nova vida após um relacionamento abusivo. E é em Mill Grove, uma cidadezinha pacata da Pensilvânia que eles encontram abrigo. Porém, tudo vira de cabeça para baixo quando Christopher desaparece no bosque Mission Street e retorna milagrosamente 6 dias depois.

Apesar do que aconteceu, aparentemente, seu filho continua sendo o garotinho que sempre foi, mas algo em Kate sabe que isso não é verdade e ela não está errada.

Christopher não se lembra de nada do período em que esteve desaparecido, mas ele tem uma missão e vai fazer de tudo pra cumpri-lá, afinal, a vida de todos agora está em suas mãos.

"A morte está chegando. A gente vai morrer no Natal!"

Esse livro me trouxe vários sentimentos, acima de tudo o de tensão. O livro é repleto de momentos de adrenalina e você se pega prendendo a respiração diversas vezes. Os capítulos são curtos, deixando a leitura fluida e a escrita do autor é muito agradável. Embora a quantidade de páginas e as descrições bem detalhadas, o ritmo do livro é ótimo, sendo difícil largá-lo.

Os personagens são carismáticos e é fácil se apegar a eles.

O Christopher traz toda a ingenuidade e bondade, e a sua transição para a fase mais insana é bem construída. A Kate consegue transmitir toda a preocupação e angústia de uma mãe que sabe que o seu filho não está bem, mas que não tem como ajudá-lo. Os amigos de Christopher: Ed Especial, Mike e Matt, além de serem um alívio cômico para o livro, são cruciais para a trama. A Mary Katherine é uma jovem cujo as crenças são mais importantes do que qualquer outra coisa. Ambrose e o delegado são peças importantíssimas e aliados de confiança. A Sr. Collins nos passa a essência de uma mulher atormentada pelos fantasmas de seus traumas na infância, que replica com o filho Brady, todo o tratamento cruel que recebeu. A sacola de plástico, mais conhecida como moço bonzinho transmite um ar de mistério, nos levando a

questionar se ele é realmente tão bonzinho quanto parece. E a mulher sibilante, bem... Chrisssssstopheeeeer.

Sobre o grande plot, não vou dizer que adivinhei, mas tinha as minhas suspeitas. Achei que o livro tomou um rumo diferente do que eu esperava e gostaria em relação ao sobrenatural e o religioso.

Algo que me incomodou bastante foi a idade das crianças. Enquanto eu lia, não entrava na minha cabeça que aqueles meninos tinham 7, 8 anos apesar de todas as habilidades que eles adquiriram. Com todos os diálogos, pensamentos, e ações, eu simplesmente não conseguia imaginá-los com menos de 10 anos.

Outro ponto é quando a loucura se instaura na cidade, ela é compartilhada com o leitor de uma forma demasiadamente confusa, em diversos momentos eu tive que parar e ler novamente, pois não estava entendendo nada.

No final, ao que parece, "tudo" volta aos conformes. Gostei do gancho que o autor deixou, um pouco bizarro, mas será esse um sinal de uma possível continuação? Veremos!

No geral, eu gostei muito do livro. Achei que as reviravoltas foram bem pensadas, mesmo que um pouco previsíveis. Me apeguei aos personagens e por mais que eu não tenha me sentido aterrorizada, em alguns momentos durante a leitura realmente senti um medinho, de vez enquanto, ainda me pego pensando em trechos e sentindo um leve arrepio.

Contudo deixo aqui a minha recomendação pra esse livrão, em todos os sentidos. Vale a pena a leitura!

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Por hoje é só, até a próxima! ❤